A série Final Fantasy está repleta de vilões marcantes, entre eles um dos que mais chamam atenção sem dúvidas é Kefka Palazzo, de Final Fantasy VI. Para a época em que o game foi lançado, o antagonista foge do estereótipo do vilão frio e calculista ou trágico.
O palhaço que se declarou como o Deus da Magia e criou um mundo à sua própria imagem possui uma personalidade caótica, cruel, imprevisível e sádica ao ponto de envenenar cidades inteiras por pura diversão.
Ao longo do artigo, a JogosZ explora quem é o personagem Kefka Palazzo, qual a sua história, como sua personalidade e construção fora da curva naquela época para um vilão de RPG foram responsáveis em tornar o palhaço caótico em um antagonista tão marcante dentro da franquia Final Fantasy e como ele foi o responsável por influenciar os vilões posteriores a ele dentro da própria série e em títulos de outros estúdios.
Quem é Kefka Palazzo?
Kefka Palazzo é o antagonista principal de Final Fantasy VI, sexto título da série principal da franquia. O game foi desenvolvido e publicado pela Square no ano de 1994 para o Super Nintendo.

Diferente de outros antagonistas da franquia, Kefka não possui motivações complexas ou grandes objetivos por trás de seus objetivos. O personagem sente apenas prazer no puro caos e destruição. No decorrer do jogo, ele inclusive vence e remodela a realidade de acordo com sua visão caótica ao se tornar o “Deus da Magia”.
História do Kefka Palazzo
Final Fantasy VI introduz Kefka Palazzo como um mago do Império Gestahliano, o personagem se voluntariou para passar por experimentos de infusão de magia através da tecnologia Magitek. Porém, o experimento teve grandes efeitos colaterais, que comprometem sua sanidade e o tornaram uma figura movida por um senso bastante niilista, imprevisível, cruel e puramente sádica e caótica em suas ações.
No decorrer da narrativa, Kefka trai o Imperador Gestahl, toma o trono para si e absorve os poderes das Estátuas Warring Triad, entidades divinas que mantinham o equilíbrio mágico do mundo. A partir deste feito, o vilão se autoproclama o “Deus da Magia” e reconfigura a realidade baseada em sua visão sádica e cruel do mundo e inicia seu reinado de terror, o que faz com que o grupo de heróis formado por Terra, Locke, Sabin, Celes e outros personagens dê um fim em suas ações e cure o mundo.
Por que Kefka é tão marcante?
Kefka Palazzo se tornou um vilão tão marcante devido à sua combinação entre niilismo cruel e crueldade extremamente imprevisível. Por ser um personagem que não possui motivações românticas ou redentoras, ele simplesmente sente prazer no caos e na destruição. E o sucesso do personagem com o público foi ainda maior por causa do fato de ele ter vencido em certa parte da história e ter remodelado a realidade a seu bel prazer.
Sua aparência e personalidade de palhaço louco também contribuíram para o sucesso do personagem, pois contrasta bastante com o tom e aparência habitual de antagonistas em jogos de RPG. De acordo com Yoshitaka Amano, o responsável pelo design visual do personagem, afirma que ele teve inspiração no Coringa da DC e “quis ilustrar alguém que compartilhava a personalidade louca do Coringa, alguém completamente insano”.
Como o Kefka influenciou outros vilões?
O personagem foi responsável por estabelecer um novo patamar de vilões em jogos de videogame, ao introduzir elementos niilistas, a vitória do vilão em algum momento da narrativa e um senso de humor macabro que influenciaram diretamente a personalidade de antagonistas de outros títulos.

A influência de Kefka Palazzo está visivelmente presente dentro da própria franquia Final Fantasy, com Sephiroth quase se tornando um Deus em FFVII, Ardyn e sua personalidade sarcástica em FFXV. E também foi responsável pela inspiração de outros antagonistas icônicos como GlaDOS de Portal e o personagem Jester (Arkham) de Devil May Cry 3.
Vale a pena jogar Final Fantasy VI?
Se você é um entusiasta da série Final Fantasy ou um grande apreciador de RPGs clássicos, Final Fantasy VI é um título obrigatório para sua coleção e experiências com games deste gênero. A seguir, listamos os principais motivos que reforçam o por que vale a pena jogar este título da franquia:
- História e vilões inesquecíveis: Final Fantasy VI possui um enredo épico, com grandes reviravoltas, personagens carismáticos que fazem o jogador se importar com eles e um vilão icônico;
- Elenco diversificado: O jogo possui 14 personagens jogáveis, cada um com suas habilidades e motivações únicas. Isso permite o jogador explorar diferentes builds, o que garante bastante rejogabilidade;
- Trilha Sonora: Final Fantasy VI possui uma trilha sonora épica composta por Nobuo Uematsu, responsável pelas músicas “Dancing Mad” e “Aria di Mezzo Carattere”;
- Jogabilidade: O jogo possui um estilo de gameplay baseado em turnos táticos, e introduz o sistema de magia “esper”. Uma mecânica de gameplay bastante intuitiva e que permite ser customizada. O título também proporciona uma série de sidequests divertidas e recompensadoras, algo que é uma boa pedida para fãs de RPG Oldschool;
- Acessibilidade: O game está disponível para uma série de plataformas, como SNES, GBA e até para PCs através de coletâneas remasterizadas.
Final Fantasy VI é um jogo que vale bastante a pena jogar até os dias de hoje, principalmente se você for um grande apreciador de RPGs que são ricos em uma boa narrativa e gameplay desafiadora, porém intuitiva.
Quantas horas tem Final Fantasy 6?
O tempo de duração de Final Fantasy VI varia de acordo com o estilo de gameplay da pessoa. Caso você foque apenas na campanha principal do jogo, o tempo estimado é de aproximadamente 20-25 horas para zerá-lo.
Caso foque na campanha, mais sidequests e colecionáveis, o tempo aumenta para algo em torno de 30-35 horas. Caso você seja um completista, se prepare para uma longa jornada que irá durar entre 35-40 horas para realizar o 100% do game.
Quem é o protagonista de Final Fantasy 6?
Final Fantasy VI não possui um “protagonista único” em sua história, com 14 personagens jogáveis. No entanto, a personagem Terra Branford é bastante reconhecida como a personagem central da narrativa e que serve como a porta de entrada do jogador para os eventos que estão ocorrendo na história.
Além de Terra, o sexto título da franquia Final Fantasy possui em seu elenco principal os personagens Locke Cole, Celes Chere e Sabin Rene Figaro, porém a jornada vivida por Terra é a responsável por guiar o jogador para salvar o mundo da visão distorcida de Kefka Palazzo.
Kefka Palazzo conseguiu quebrar todos os padrões de vilão que estávamos acostumados até então, ao invés de seguir uma motivação trágica ou redentora, o antagonista abraça o caos, vira a narrativa ao “vencer” e tira sarro do herói com sua gargalhada insana. Seu visual icônico de palhaço psicopata, combinado à música “Dancing Mad” e ao impacto narrativo que o mundo em ruínas possui, definiu um novo rumo para vilões de RPG.
Sempre que um jogo traz um vilão que triunfa sobre o herói antes da batalha final, debocha do protagonista ou faz uso de humor ácido para aterrorizar ou provocar o jogador e protagonista, estamos vendo de maneira direta o legado de Kefka Palazzo, o verdadeiro “Deus da Magia” do mundo dos games.