Bioshock é uma franquia muito famosa e querida no mundo dos jogos que teve seu início na geração do PS3 e do Xbox 360. O primeiro jogo da franquia chegou ao público em 21 de agosto de 2007 e consiste em uma experiência de tiro em primeira pessoa com elementos de terror.
Apesar da série Bioshock possuir apenas três jogos, isso já foi o bastante para deixar a marca da franquia no mundo dos jogos e sua tão diversa cultura. O primeiro jogo foi desenvolvido pela 2K Boston e 2K Australia e teve uma recepção extremamente aclamada pela crítica.
A crítica de fato recebeu o título com ótimos elogios, principalmente, devido à sua atmosfera política, imersiva, filosófica e, também, seus gráficos incríveis para a época. Com uma recepção tão boa como essa, logo a franquia cresceu para mais dois jogos.
Além do mundo dos jogos eletrônicos, Bioshock também se expandiu em direção à literatura. Em 2011, o livro “Bioshock: Rapture”, do autor John Shirley, foi publicado, trazendo consigo o primeiro passo do universo de Bioshock nos livros.
Bioshock: Rapture não foi o único livro publicado que envolve a aclamada franquia. Em 2013, “Bioshock Infinite: Mind in Revolt” chegou às livrarias e, também, mais três livros sobre a arte dos jogos.
O que é Rapture?
Rapture é talvez a cidade mais conhecida do mundo dos jogos e, também, o ponto central do universo dos dois primeiros jogos de Bioshock. Entretanto, Rapture não é uma cidade comum, o quê a torna intrigante e a marca da franquia é sua ambientação extremamente imersiva, detalhada e com história a todo lugar aonde o jogador vai.
O primeiro jogo se passa em 1960 na cidade aquática de Rapture, que é claramente inspirada na famosa Atlântida. A cidade foi projetada e construída em 1940 pelo brilhante russo Andrew Ryan.
Trata-se de uma tarefa impossível querer entender Rapture sem antes entender a mente por trás da grande cidade submersa, Andrew Ryan. Ryan nasceu em um pequeno vilarejo próximo a Minsk, no antigo império russo. Em 1917, ele presenciou a Revolução Bolchevique de cunho socialista que assolou o país e destruiu os negócios de sua família.
Ryan, então, foge com seu pai para Constantinopla e, posteriormente, em 1919, ele se muda para os EUA. Após presenciar o início do governo socialista na Rússia, Ryan criou um ódio ao socialismo e durante um bom tempo, alimentou uma devoção imensa pelos Estados Unidos.
Ryan se enriqueceu bastante nos EUA, principalmente ao descobrir petróleo em sua propriedade. O russo logo se tornou um dos homens mais ricos do país. Porém, os programas sociais dirigidos pelo governo americano nos anos 1930 atraíram sua má opinião sobre coletivismo e socialismo, pois acreditava que quem se beneficiava indevidamente de outros eram “parasitas”.
Sua devoção ao país que o recebeu diminuíra bastante desde os programas sociais e terminou finalmente após o bombardeamento atômico das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Segundo Ryan, a bomba é a corrupção de seus ideais, que dava aos “parasitas” a capacidade de destruição.
Depois da gota d’água que foi a destruição de Hiroshima e Nagasaki, Ryan decidiu utilizar de toda sua fortuna para construir Rapture, sua utopia. Rapture, de acordo com as palavras do próprio Andrew, seria o local em que “o artista não temeria a censura, o cientista não seria pela moralidade mesquinha e onde o grande não seria limitado pelo pequeno”.
A localização de Rapture foi justamente escolhida nas profundezas do Atlântico, pois seria onde os “parasitas” não conseguiriam encontrá-la. Ou seja, Rapture é o paraíso de Ryan planejado para a elite. Só entraria na cidade quem ele considerasse digno disso.
Contudo, o futuro da amada cidade de Andrew não foi exatamente como o planejado. Graças à ausência da moral, a ganância dos mais poderosos e o descobrimento da substância Adam, que possibilitava poderes ao usuário, mas logo o viciava, a cidade terminou em uma sangrenta guerra civil que a levou às ruínas.
O primeiro Bioshock se passa depois da guerra civil que devastou Rapture.
Do que o Livro se trata?
O livro traz uma narrativa totalmente original que ocorre anos antes da guerra civil que pôs fim à cidade. A obra percorre desde a idealização, a construção e toda a maratona que consequentemente influenciou para a queda de Rapture.
Além dos personagens já conhecidos, como Andrew Ryan, a doutora Tenembaum e Steinman, a narrativa se concentra principalmente na história do encanador Bill McDonagh e do golpista Frank Goland.
O foco do livro de John Shirley é a cidade em si, todo seu processo de formação e funcionamento até a derrocada da utopia de Ryan. Então, o protagonismo em si do livro é a própria e interessantíssima cidade de Rapture que agora vem com uma história mais detalhada e com ponto central no universo da franquia.
Vale a pena comprar o livro?
Foi ponto interessante e bem posicionado o livro trazer consigo uma história 100% original, possibilitando uma maior autonomia da obra e maior liberdade para um leitor que não conhece os jogos começar a saber da franquia, por meio das páginas sobre Rapture.
Tomar a cidade e o universo como principal assunto também contribui para chamar a atenção tanto de veteranos dos jogos quanto de novos possíveis fãs da série, pois não há como não se interessar por Rapture e sua tentativa de ser o paraíso na mente de Andrew Ryan.
Justamente pelo exemplar ter uma narrativa totalmente desvinculada do enredo dos jogos da série já a torna uma aquisição bem intrigante, principalmente para os que têm sede de saber mais sobre Rapture e o universo de Bioshock em si.
Ou seja, o livro é uma ótima oportunidade para descobrir mais sobre o universo dos jogos e, também, apresentá-lo a outros públicos.